Aberturas, Prelúdios & Interlúdios — Parte II

Pauta Musical
5 min readDec 8, 2020

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Variedade e entretenimento musical! Aberturas, prelúdios e interlúdios de famosas óperas e operetas em série especial de 3 edições. Nesta segunda parte: Tancredi (Gioachino Antonio Rossini), O Amor Proibido (Richard Wagner), Madame Butterfly (Giacomo Puccini), Manon Lescaut (Giacomo Puccini) e Macbeth (Verdi). Orquestra Sinfônica da Rádio de Hamburgo (NDR Elbphilharmonie Orchester), Philharmonia Slavonica, Orquestra da Ópera Nacional de Lyon (Opéra de Lyon) e Filarmônica de Berlim (Berliner Philharmoniker) regidas pelos maestros Pietro Di La Corona, Alfred Scholz, Kent Nagano e Claudio Abbado. Cooperação: Embaixada da Áustria (Áustria Embaixada Brasília / Österreichische Botschaft Brasília) e Embaixada da Alemanha Brasília, no Brasil.

https://www.fermataspettacolo.it/news/milano/manuale-pratico-dello-scaligero-20162017-opera-balletto

Nesta nota você tem acesso à playlist completa, excertos do roteiro e links para baixar os arquivos de áudio. Esta edição foi transmitida nos dias 28 e 29 de novembro de 2020, às 7h30 e às 22h, respectivamente, na Rádio Câmara FM 96,9, com apresentação de Ana Lucia Andrade.

Bloco 1

Bloco 2

Bloco 3

Bloco 4

ou escute em streaming

Playlist

Tancredi (Rossini)

Orquestra Sinfônica da Rádio de Hamburgo

Pietro Di La Corona (regente)

O Amor Proibido (Wagner)

Philharmonia Slavonica

Alfred Scholz (regente)

Madame Butterfly

Manon Lescaut

(Puccini)

Orquestra da Ópera Nacional de Lyon

Kent Nagano (regente)

Macbeth (Verdi)

Filarmônica de Berlim

Claudio Abbado (regente)

Roteiro (excertos)

Peças instrumentais, prelúdios e aberturas, de modo geral, cumprem o papel de introduzir e preparar os ouvintes, para uma obra longa. A partir do século XIX, a abertura extrapolou esse uso restrito de caráter introdutório e se tornou um gênero independente. A mesma coisa aconteceu com os prelúdios. Frequentemente, as aberturas operísticas funcionam como um medley, uma espécie de sinopse musical da trama em que um pot pourri de melodias e temas que funcionam como motivo condutor são reunidos a sintetizar e ambientar a plateia para o que vem a seguir.

O drama, presente no repertório operístico de Rossini em obras de sucesso, atesta sua versatilidade e talento para o caráter dramático, sendo ele um compositor conhecido por sua forte veia cômica. Ópera séria, escrita por Rossini aos 21 anos de idade e considerada sua primeira grande ópera, Tancredi, um melodrama heroico baseado na tragédia homônima de Voltaire e no célebre poema épico Jerusalém Libertada, de Torquato Tasso, traz notável lirismo, inventividade na orquestração e inovação na ária dupla.

Estruturada em 2 atos, estreou numa versão de final feliz do libretista Gaetano Rossi, em Veneza, 1813, e na versão de Luigi Lechi, a pedido de Rossini, com o final trágico do original de Voltaire, no mês seguinte em Ferrara. A abertura de Tancredi, emprestada de sua ópera La Pietra del Paragone (A Pedra do Paragão) é frequentemente executada e mereceu de Stendhal, primeiro biógrafo de Rossini, a descrição de “verdadeiro trovão num céu claro e azul para a cena lírica italiana”.

Siracusa, era das Cruzadas. Ao voltar do exílio, Tancredi descobre que sua bem-amada está prometida a outro, numa estratégia de paz, armada para vencer inimigos sarracenos. Uma carta secreta escrita por ela a Tancredi é interceptada e mal usada pelo noivo, para acusá-la de alta traição e cumplicidade junto aos inimigos. Como prova de seu amor, contudo, para defender o nome dela, ainda sem saber de sua inocência, Tancredi abraça a luta, derrota noivo e sarracenos, é ferido e morre ao final nos braços da amada.

Aos 22 anos de idade, Wagner concluía O Amor Proibido, sua segunda ópera e a primeira de suas 2 obras cômicas. Em 2 atos, música, libreto e regência do compositor, baseado numa obra de Shakespeare, O Amor Proibido estreava no Teatro Nacional de Magdeburg, 1836, com enredo ambientado em Palermo.

Século XVI. Nobres, gente do povo, jovens e noviças. A hipocrisia do Rei da Alemanha, Regente em Palermo, vem à tona quando desafia o próprio decreto, que pune com a morte comportamentos impuros e libidinosos, numa trama povoada de relutância, fingimento e favores devassos. Quando o Regente é finalmente desmascarado, retorna o verdadeiro Rei da Sicília e com ele uma nova era em Palermo.

Em 1900, Puccini visitou Londres e assistiu à peça Madame Butterfly, de David Belasco, usando-a como base para uma nova ópera de mesmo nome. Conta a história de uma gueixa que se apaixona por um oficial da marinha americana em missão em Nagasaki, que por sua vez não zela pelos sentimentos dela, volta para os Estados Unidos e se casa com uma americana. Anos depois, retorna ao Japão com a esposa e descobre que teve um filho com a gueixa. A pedido, ela concorda em entregar o menino ao casal. Despede-se ternamente do pequeno e, para não viver em desonra, venda-lhe os olhos, e comete o harakiri, com o mesmo punhal usado por seu pai no ritual suicídio japonês.

Os 2 primeiros insucessos de Puccini, Le Villi e Edgar, não o fizeram desistir. Escolheu, ele próprio, o tema de sua próxima ópera, mostrando uma ousadia que chegou a parar nos tribunais. Manon Lescaut, que estreou no Teatro Regio, de Turim, 1893, se baseou numa história utilizada pouco antes na ópera Manon, de Jules Massenet, que havia se tornado sucesso internacional.

Seu editor Giulio Ricordi ainda tentou demovê-lo da ideia, mas Puccini era teimoso e teria perguntado: “Por que não 2 óperas?” Para ele, uma mulher como Manon podia ter mais de um amante e, enquanto Massenet tratava Manon como um francês, com minuetos e pó-de-arroz, ele a trataria como um italiano, com paixão desesperada. Veio o sucesso! Foi tão grande, que Puccini ficou conhecido fora da Itália.

Estruturada em 4 atos, Manon Lescaut é inspirada na personagem de um romance do Abade Prévost. No intrincado enredo da ópera, um cavaleiro se apaixona por Manon em Amiens e foge com ela para Paris. Tentada pelo luxo, Manon deixa o jovem e torna-se amante do velho tesoureiro geral, que também planejava fugir com ela em Amiens. Arrependida, numa trama emaranhada e cheia de contornos dramáticos, Manon acaba presa, acusada de prostituição e banida. Nessa obra, Puccini compôs um famoso intermezzo que exprime o fracassado plano de libertar Manon.

Escócia, século XI. Crime e horror! Assassinato e terror na aparição do fantasma, numa história que emprega o sobrenatural, sonambulismo e feiticeiras. Macbeth, ópera em 4 atos com libreto de Francesco Maria Piave, inspirado na obra homônima de William Shakespeare, estreava em Florença, 1847. O prelúdio do III ato, Ballabile, prepara aparições e a dança das feiticeiras ao redor do caldeirão, numa sinistra caverna.

Um interlúdio, também chamado de intermezzo, e de outra série de termos, peça musical que assumiu diversos papéis na evolução dos gêneros líricos, é executado entre as partes principais, dois atos ou duas cenas, de uma obra maior, como a ópera, nem sempre ao fechar do pano.

Na próxima edição, mais prelúdios, aberturas e interlúdios, num passeio pela magia da música erudita!

Pauta Musical, um passeio pela magia da música erudita! Uma produção da Musicabile em parceria com a Rádio Câmara — Brasília, Governo Federal. Este projeto é realizado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal, transmitido pela rede legislativa e rádios parceiras em todo o Brasil. Direção e apresentação: Ana Lucia Andrade. Trabalhos técnicos: Ricardo Coelho. Cooperação: Embaixada da Áustria e Embaixada da Alemanha, no Brasil. Acompanhe, curta e compartilhe! Envie comentários e sugestões pela página oficial da Rádio e página oficial do programa no Facebook. Para ouvir novamente, ou ao vivo pela internet, acesse: radio.camara.leg.br

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Programa temático, educativo e cultural voltado à formação de plateia em música erudita, no ar desde 2008 pela Rádio Câmara em Brasília e 2600 rádios parceiras.

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