As Cordas de Schumann
Um grande talento da história da música ocidental! Os solistas Gidon Kremer e Paul Tortelier, Philharmonia Orchestra regida por Riccardo Muti e Royal Philharmonic Orchestra regida por Yan-Pascal Tortelier, interpretam os concertos para violino e para violoncelo de Schumann.
Nesta nota você tem acesso à playlist completa e excertos do roteiro. Esta edição foi transmitida nos dias 04 e 05 de fevereiro de 2023, às 7h30 e às 22h, respectivamente, na Rádio Câmara FM 96,9, com apresentação de Ana Lucia Andrade. Para ouvir o programa em streaming clique AQUI.
Playlist
Concerto pour Violoncelle et Orchestre en La Mineur Op. 129 (Schumann)
Royal Philharmonic Orchestra
Yan-Pascal Tortelier (regente)
Violoncelo: Paul Tortelier
Concerto pour Violon et Orchestre en Ré Mineur (Schumann)
Philharmonia Orchestra
Riccardo Muti (regente)
Violino: Gidon Kremer
Roteiro (excertos)
O Concerto para Violoncelo e Orquestra em Lá Menor, de Schumann, só estreou na segunda metade do século XIX, após a passagem do compositor. Schumann concluiu o concerto em apenas 2 semanas e a estreia só aconteceu cerca de uma década mais tarde, 4 anos depois de seu falecimento aos 46 anos de idade, numa celebração ao cinquentenário de seu nascimento. Depois do primeiro movimento da obra, em andamento não muito rápido e cheio do ardor e do lirismo melódico característicos do imaginário do romantismo musical, segue-se o lento, curto e também lírico segundo movimento, em que o compositor sinaliza homenagem à pianista concertista, compositora e esposa Clara Schumann. Delicadeza e elegância musical que culminam, sem pausa, no terceiro movimento animado — contrastante com os 2 primeiros — e tradicional cadência para exibição do virtuosismo do solista que leva ao finale.
Pouco antes do fim da vida, Schumann havia iniciado uma composição para violino, que concluiu com a rapidez de uns poucos dias. Terminada a orquestração da obra, dedicada ao célebre violinista húngaro Joseph Joachim, ele a enviou rápida e exatamente ao contemplado intérprete, para apreciação e objetivo de saber se haveria alguma passagem impossível de ser tocada. Joachim jamais tocou a obra em concerto. Depois da morte de Schumann, prevaleceu sua recomendação junto à viúva Clara e ao jovem amigo Brahms em não publicar a obra, mantendo-a em segredo naquele século XIX. O alto grau de dificuldade das passagens para execução no violino e mesmo o pedido, frustrado, de Clara para que Joachim reescrevesse o terceiro movimento, desfavoreceram a obra por muito tempo, além de relato sobre tema do segundo movimento que, conforme o próprio Schumann, lhe teria sido ditado pelos espíritos de Mendelssohn e de Schubert. Joseph Joachim considerava a composição quase que como um produto da doença mental que abateu Schumann no fim da vida. Mas, apesar de tudo, sempre conservou o manuscrito da partitura. O que ele jamais soube em vida é o que viria mais tarde: depois de sua morte em 1907, a partitura foi depositada numa instituição em Berlim com recomendação sua, expressa, para que a peça não fosse executada, nem publicada, antes do centenário de falecimento do compositor, em 1956. Mas em 1933, duas irmãs violinistas, sobrinhas netas de Joachim, teriam recebido mensagens póstumas em sessão espírita, comunicações espirituais de Schumann e depois do próprio Joachim, para que se recuperasse a peça e uma delas, Jelly d’Aranyi, a executasse. Assim foi feito! Apesar da Alemanha ter assegurado a virtuoso alemão a estreia do concerto, Georg Kulenkampf, e de segunda performance ter sido executada pelo também virtuoso norte-americano Yehudi Menuhin, a húngara d’Aranyi finalmente interpretou a peça.
Diretamente influenciado pelo Concerto para Violino e Orquestra de Schumann, Brahms compôs um conjunto de variações sobre o polêmico tema do segundo movimento. Ao lado do de Elgar e do de Dvořák, o Concerto para Violoncelo e Orquestra de Schumann é um dos mais importantes do período romântico.
Pauta Musical, um passeio pela magia da música erudita! Uma produção da Musicabile em parceria com a Rádio Câmara — Brasília, Governo Federal. Este projeto é realizado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal, transmitido pela rede legislativa e rádios parceiras em todo o Brasil. Direção e apresentação: Ana Lucia Andrade. Trabalhos técnicos: Ricardo Coelho. Acompanhe, curta e compartilhe! Envie comentários e sugestões pela página oficial da Rádio e página oficial do programa no Facebook. Para ouvir novamente, ou ao vivo pela internet, acesse: radio.camara.leg.br