Highlights in Rio IV
Música Brasileira de Concerto, da era contemporânea, em série especial de 4 edições dedicada à criação musical do Brasil de hoje. Solistas, orquestras sinfônicas e conjuntos de câmara interpretam obras de compositores conectados ao Rio de Janeiro. Nesta última edição, o solista James Strauss, a Orquestra Sinfônica Brasileira regida por Lee Mills e a Orquestra Sinfônica da Venezuela sob a regência do compositor interpretam obras de Dimitri Cervo. Cooperação: Fábio Cezanne. Agradecimentos Especiais: Dimitri Cervo.
Nesta nota você tem acesso à playlist completa e excertos do roteiro. Esta edição foi transmitida nos dias 29 e 30 de julho de 2023, às 7h30 e às 22h, respectivamente, na Rádio Câmara FM 96,9, com apresentação de Ana Lucia Andrade. Para ouvir o programa em streaming clique AQUI.
Playlist
Abertura Rio 450 Anos (Dimitri Cervo)
Orquestra Sinfônica Brasileira
Lee Mills (regente)
Abertura Brasil 2012 Bis (Dimitri Cervo)
Orquestra Sinfônica da Venezuela
Dimitri Cervo (regente)
Concerto para Flauta e Cordas — Série Brasil 2010 n. 5 (Dimitri Cervo)
James Strauss (flauta)
Orquestra Sinfônica da Venezuela
Dimitri Cervo (regente)
Brasil Amazônico — Série Brasil 2000 n. 1 (Dimitri Cervo)
Orquestra Sinfônica da Venezuela
Dimitri Cervo (regente)
Toronubá — Série Brasil 2000 n. 4 (Dimitri Cervo)
Orquestra Sinfônica da Venezuela
Dimitri Cervo (regente)
Roteiro (excertos)
Imaginação sem fronteiras e intensidade de sons. Encanto, lirismo e poesia. Características e predicados já reconhecidos e dedicados ao compositor Dimitri Cervo. Um servo da arte musical, que nela procura dimensões de transcendência e o belo através de simetria, integridade e radiância — elementos que considera essenciais dessa intangível, mágica e poderosa força chamada música. Uma vez perguntado sobre qual função atribuiria à música erudita na sociedade, se remeteu ao “poeta dos sons” mais famoso da história da música ocidental, L.v. Beethoven, eis que para Cervo, “a música erudita sempre foi concebida por seus maiores criadores como um instrumento de revelação”, aquela mesma, relembrada da célebre citação do gênio alemão, de que “A música é uma revelação superior a toda sabedoria e filosofia.” Sublime e profunda. Os que sabem disso, têm sentimento de júbilo e estado de paz. Os que estão à espera de saber, há uma imensa dádiva por receber. Intérprete da própria obra como pianista e como regente, gaúcho, morador do Rio de Janeiro em 2014, compôs naquele ano sob encomenda da Cia. Bachiana Brasileira, uma abertura para celebração dos 450 anos da capital fluminense no ano seguinte. Com citação musical da marchinha Cidade Maravilhosa, de André Filho, numa gravação ao vivo do acervo do compositor: Abertura Rio 450 Anos, o sotaque carioca de Dimitri Cervo.
Na sequência, o marcante traço de brasilidade, tão presente nas criações do compositor: uma nova versão inspirada nos aperfeiçoamentos que Beethoven realizou em sua abertura Leonora n. 3. De Dimitri Cervo, a Abertura Brasil 2012 Bis.
Além de mais alta e profunda do que qualquer filosofia, segundo Beethoven, “A música é o solo elétrico no qual o espírito vive, pensa, inventa.”. Para Dimitri Cervo a música erudita esteve e está sempre atrelada a valores espirituais e de religação do ser humano com o divino. A qualidade vibratória do acervo de ouro da música erudita, produzido a partir de energias positivas, atua diretamente sobre os chacras superiores de modo a despertar e desenvolver os ideais mais elevados do espírito humano. Toda emanação de boa música tem o poder de trazer ao Homem experiências significativas e insubstituíveis, que podem até mesmo nortear toda uma vida. Daí, também, o cuidado em evitar música de baixa qualidade vibratória, para não atingir chacras inferiores e reforçar os impulsos mais basais e elementares do ser humano. Quinta obra da Série Brasil 2010, em 3 movimentos, Concerto para Flauta e Cordas, de Dimitri Cervo. No terceiro movimento, uma alusão à sua peça Pattapiana, quinta da Série Brasil 2000, e às Bachianas Brasileiras n. 5 de Heitor Villa-Lobos.
Para a música, não existem barreiras, limites ou fronteiras culturais, políticas ou geográficas. Dimitri Cervo vivenciou experiências da sociedade venezuelana num contexto de país assolado por crise de vasta magnitude. A importância e solidez do sistema de educação musical pública criado pelo mo. José Antonio Abreu disseminou grupos orquestrais por todo o país, desenvolvendo milhares de jovens e fazendo da música erudita um patrimônio de toda a sociedade. Apesar da delicada situação social e política daquele país, um projeto de sucesso que chamou a atenção do mundo e que se quer em toda parte. De generoso espírito musical, hoje laureado, indicado ao Grammy Latino e um acadêmico, Cervo relembra aos futuros criadores que muitos dos maiores compositores foram capazes de erguer obras monumentais em situações de grande adversidade. Sempre em frente ao bom caminho, atenção à intuição musical e à noção de que vários compositores se apoiaram na estética de outros como ponto de partida, até alcançarem voz própria. Gigante Brasil! Da Série Brasil 2000 n. 1, Brasil Amazônico, de Dimitri Cervo.
A perfeita comunhão de elementos clássicos e elementos étnicos e folclóricos, quando bem resulta numa mesma composição, é infalivelmente capaz de quebrar barreiras que ainda existem entre o erudito e o popular. Esta conjugação também pode ser infalível quando há alternância de obras de gêneros distintos que integram um mesmo repertório programático, garantindo o deleite e o interesse do público diverso reunido numa mesma plateia. Ritualística, de caráter heroico, Toronubá é dedicada à memória dos índios brasileiros que, após a invasão europeia a partir do ano de 1500, lutaram por sobrevivência. Obra que, segundo o compositor, alude metaforicamente a todos os tipos de resistência, é a quarta criada na Série Brasil 2000 e conta com versão camerística, ouvida ao fundo, e versão sinfônica. Da Série Brasil 2000 n. 4, Toronubá, de Dimitri Cervo.
Esta série especial “Highlights in Rio” que você ouviu aqui em 4 edições com prestigiosos intérpretes — solistas, conjuntos de câmara e orquestras sinfônicas — é dedicada à criação musical do Brasil de hoje. Contemporânea Música Brasileira de Concerto, feita por renomados compositores conectados ao Rio de Janeiro.
Até a próxima edição, em mais um passeio pela magia da música erudita! Uma produção da MUSICABILE em parceria com a Rádio Câmara — Brasília, Governo Federal. Este projeto é realizado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal, transmitido pela rede legislativa e rádios parceiras em todo o Brasil. Direção e apresentação: Ana Lucia Andrade. Trabalhos técnicos: Ricardo Coelho. Cooperação: Fábio Cézanne. Agradecimentos Especiais ao maestro e compositor Dimitri Cervo. Acompanhe, curta, compartilhe! Envie comentários e sugestões pelas redes sociais da Rádio e redes sociais do programa. Para ouvir novamente, ou ao vivo pela internet, acesse radio.camara.leg.br