Highlights in Rio III
Música Brasileira de Concerto, da era contemporânea, em série especial de 4 edições dedicada à criação musical do Brasil de hoje. Solistas, orquestras sinfônicas e conjuntos de câmara interpretam obras de compositores conectados ao Rio de Janeiro. Nesta edição, o Duo Bretas-Kevorkian formado pelas pianistas Patrícia Bretas e Josiane Kevorkian, Trio Paineiras, Quinteto Lorenzo Fernandez, solista Cristiano Alves e Orquestra Sinfônica Nacional regida por Tobias Volkmann, interpretam obras do carioca Sérgio Roberto de Oliveira. Homenagem ao compositor, na passagem dos 6 anos de sua ausência. Cooperação: A Casa Discos. Agradecimentos Especiais: Fábio Cezanne.
Nesta nota você tem acesso à playlist completa e excertos do roteiro. Esta edição foi transmitida nos dias 22 e 23 de julho de 2023, às 7h30 e às 22h, respectivamente, na Rádio Câmara FM 96,9, com apresentação de Ana Lucia Andrade. Para ouvir o programa em streaming clique AQUI.
Playlist
Baobá (Sérgio Roberto de Oliveira)
Duo Bretas-Kevorkian
Paineira (Barriguda) (Sérgio Roberto de Oliveira)
Trio Paineiras
Man and Society (Sérgio Roberto de Oliveira)
Quinteto Lorenzo Fernandez
Phoenix (Sérgio Roberto de Oliveira)
Cristiano Alves (clarineta)
Orquestra Sinfônica Nacional
Tobias Volkmann (regente)
Roteiro (excertos)
Na formação de pianistas profissionais, o piano a quatro mãos assume viés pedagógico de suma importância: na superação de dificuldades técnicas e na busca de aprimoramento artístico. Proximidade, parceria e mútuo amadurecimento, dentre outros fatores, propiciam caráter diferenciado ao duo nesta formação, diverso da execução musical em piano solo ou em dois pianos. Quatro mãos e um piano: dois pianistas compartilhando simultaneamente o mesmo teclado. Uma predileção para muitos executantes e uma formação musical atraente para o público em geral. Composições para dois pianistas num único piano fazem parte da história da música há tempos. A multiplicidade de nuances timbrísticas e polifônicas proporcionadas pela união de dois intérpretes atraiu os compositores de modo especial. Muitos criaram obras para dois pianos e para piano a quatro mãos, muitas vezes recriando outras obras, adaptando originais para estas formações. Para piano a 4 mãos, na interpretação do Duo Bretas-Kevorkian, BAOBÁ, de Sérgio Roberto de Oliveira. A árvore que ameaça o planeta Terra na obra literária O Pequeno Príncipe, de Saint-Exupéry, e que num paralelo, representa o potencial destrutivo do compositor.
Engajado em vários projetos de relevo, produtor especializado em música erudita contemporânea, pianista, arranjador, maestro e compositor carioca, Sérgio Roberto de Oliveira foi indicado duas vezes ao Grammy Latino na categoria Música Clássica. Fundou o expressivo grupo de compositores Prelúdio 21 — atuante no cenário brasileiro deste século XXI — integrou um grupo de compositores baseado em Nova York e a Academia Latina de Artes e Ciências da Gravação. De sua série de obras inspirada em árvores, Paineira, apelidada Barriguda por conta do bojo no caule para armazenamento d’água, evoca sua ancestralidade africana, a leveza de suas painas e sua maturidade após 20 anos, quando perde os espinhos e passa a abrigar ninhos e passarinhos. Em 3 movimentos, PAINEIRA, de Sérgio Roberto de Oliveira.
Foi caminhando na praia que o compositor Sérgio Roberto de Oliveira idealizou em música a singularidade do ser humano e sua fugacidade. Como é único, lírico e profundo em sua individualidade, e ao mesmo tempo apenas mais um quando lançado em sociedade, às vezes superficial e violento. Capaz de trocar a arte mais bela pelo entretenimento mais banal, por motivos igualmente banais… Para pertencer a determinado grupo, ou coisa que o valha. Temas líricos interrompidos por acordes agressivos; Tema divertido, logo sem muita criatividade; Bacana, mas sem a beleza de outros. Qual deles fica no seu ouvido? Partitura para quinteto de sopros, MAN AND SOCIETY, de Sérgio Roberto de Oliveira.
A vida aqui nem sempre espera para que uma porção de coisas boas, que estão logo ali por vir, aconteça. Sérgio Roberto partiu voando, alto e cedo, aos 46 anos de idade, levando consigo uma gama criativa e especial força laboral, deixando conosco um legado profícuo e inspiração a perdurar. O convite que me fez para um encontro de trabalho e para sua ópera Na Boca do Cão, me fora roubado pelo apressado tempo que o levou. Nos falamos no dia da estreia. A boa lembrança, contudo, tempo algum subtrai. Vida e música! Binômio e diapasão autobiográfico daquele que foi um dos mais atuantes expoentes da composição erudita contemporânea, numa obra inspirada no ciclo da existência, extraído da mitologia grega. Ao vivenciar um grave drama de saúde, Sérgio Roberto, numa homenagem à vida, aborda alternados episódios de morte e renascimento. Conta a lenda que, além de ressurgir das próprias cinzas, a fênix tem força capaz de alçar voos com pesadas cargas a transportar. Num símbolo de renascimento espiritual, a obra é dedicada ao clarinetista Cristiano Alves e à Orquestra Sinfônica Nacional. Momentos de júbilo e momentos difíceis. Vida eterna e luz perpétua ao compositor! A PHOENIX, de Sérgio Roberto de Oliveira.
Na próxima edição, o finale desta série especial de Música Brasileira de Concerto, contemporânea, em mais um passeio pela magia da música erudita! Uma produção da MUSICABILE em parceria com a Rádio Câmara — Brasília, Governo Federal. Este projeto é realizado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal, transmitido pela rede legislativa e rádios parceiras em todo o Brasil. Direção e apresentação: Ana Lucia Andrade. Trabalhos técnicos: Ricardo Coelho. Cooperação: A Casa Discos. Agradecimentos Especiais: Fábio Cézanne. Acompanhe, curta, compartilhe! Envie comentários e sugestões pela página oficial da Rádio e página oficial do programa no Facebook. Para ouvir novamente, ou ao vivo pela internet, acesse radio.camara.leg.br